domingo, 24 de janeiro de 2016

Corações Indomáveis (UltraSeven Fanfic): 4 - Trabalho (quase) em equipe



 Saudações, gente linda marota perfeita do blog! Cá estou eu, a Renata Cezimbra, que vocês podem chamar de Lady Trotsky, com mais um episódio de Corações Indomáveis! Leiam, divirtam-se, comentem e sugiram coisas para a autora! Estou esperando vocês aqui e nos episódios anteriores!


   
 O saco de areia sofria nas mãos de quem o socava. O dono do ginásio sempre se espantava com o quão forte batia aquele gaijin franguinho cujo cabelo parecia palha dourada descorada. Comparado a vários dos outros que treinavam, ele estava bem longe de parecer forte. O era, porém.
   - Cuida o quanto você bate. Custa dinheiro manter isso inteiro – disse o homem mascando o que parecia ser palha.
   - Eu sei, caramba! Pago isso todos os meses sem atraso – respondeu ele sem parar de socar.
   - Tudo bem, mas, tenta maneirar. Imagina se isso fosse um oponente. O coitado morria antes do segundo round – disse o outro cruzando os braços.
   - Não faço isso pra virar boxeador. É o jeito que eu encontro pra não quebrar a cara de algumas pessoas – respondeu o gaijin pausando a atividade.
   - Imagino. De fato, tenho vontade às vezes de dar uns socos em uns, mas, isso não resolve nada no fim das contas. Só cria mais encrenca – o dono suspirou.
   - Infelizmente sei disso melhor do que você pensa, Toguro – disse o “batedor” tristemente.
   - Algo que quer me dizer, Joseph? – Toguro tinha a certeza de muito sofrimento detrás daquele semblante amargurado.
   - Nada de muito extraordinário. Apenas algumas lições que eu tive de aprender a duras penas – respondeu Joseph enigmático.
   - Todos nós aprendemos lições a duras penas algumas vezes. A humanidade é cabeça dura, amigo – o outro riu tenso.
   - Nem me fale – replicou Joseph indo descansar.
    De repente, uma inacreditável sequência de sirenes tomou conta da rua. Toguro pulou de susto: - Puta merda, que diabos tá havendo lá fora?! Nunca ouvi tanta sirene na minha vida! E olha que aqui tem mais polícia que comércio desde eu me conhecer por gente!
   - Verdade – o que treinava tentou imaginar o que levaria um contingente tão numeroso na direção do centro.
    Foi quando batidas urgentes sacudiram levemente a velha porta. Joseph abriu, pois estava mais próximo...
   - Polícia. Inspetor Toshiro – disse um jovem exibindo um distintivo e depois perguntando a mostrar uma foto:
   - Desculpe incomodá-los, mas vocês viram esse homem?
   - Não, ninguém estranho passou por aqui. Muito menos esse galãzinho de meia tigela – disse Toguro olhando como se dissesse: “Tá ficando louco, rapaz?”
   - Recebi um alerta da Polícia Internacional sobre um gaijin francês que fugiu da prisão tem pelo menos dois meses. A última pista que encontraram foi a possibilidade dele ter vindo para o Japão. E ela se confirmou quando uma foto de um grupo de estudantes o mostrou ao fundo passando por acaso – respondeu o jovem policial.
   - Desculpa desviar do assunto, mas o que tá havendo pros lados do centro? Um monte de sirene passou a todo o volume por aqui – perguntou o gaijin de cabelos claros.
   - A polícia tendo que evacuar a embaixada norte-americana porque encontraram pelo menos cinco objetos estranhos que provavelmente são bombas. Só que nem o Esquadrão Antibombas sabe que objetos são aqueles. Umas coisas cilíndricas pretas. Estão cogitando inclusive chamar o Esquadrão Ultra porque acham que aquilo pode ser coisa de alienígenas. De novo – suspirou o rapaz ao final da frase.
   - Já não basta aquela merda em 1968? Esses siderais por acaso acham que a Terra tem cara de puteiro?! Chegam e querem fazer a porra que bem entendem?! Vá pra puta que pariu esse pessoal! – Toguro enfezou-se seriamente.
   - Senhor, eu entendo. É de fato um... saco mesmo – disse o rapaz tentando não se espantar com o que ouvia.
    Joseph apenas riu discretamente. Kagami Toguro era dono de um temperamento muito forte e mandava às favas quem tentasse calar suas opiniões quase sempre muito certeiras sobre tudo. O inspetor disse por fim antes de sair:
   - Senhores, agradeço a atenção. Tenham um bom dia.
   - Que merda isso, hein? – disse Joseph sentindo que era melhor fazer alguma coisa sobre aquelas “bombas”. Se era o que ele imaginava, tinha de correr antes que piorasse sem volta.
   - Nem diga. Esse pessoal da Europa acha que o Japão é celeiro de foragidos. Eles tão de brincadeira, né? – disse Kagami ainda mais enfezado.
   - Fazer o que se esse país é lindo? – riu o outro.
   - Não só é bonito, é cheio de moça bonita também. Especialmente as meninas garçonetes do bar da Mei. Ainda mais a nova moça. Você tinha que ver aquela bundinha redondinha e os maravilhosos seios daquela menina de Shiroishi que fica no balcão. Se eu fosse jovem, eu dava casa, comida e roupa lavada pra ela sem nem pensar. Aquele ex-noivo dela é maluco das ideias. Ou bichona enrustida. Não tem explicação abandonar uma gracinha daquelas por causa de uma alemã pálida e despeitada com cara de fantasma – disse Toguro rindo absurdamente alto.
   - Casamento sem amor é igual carro sem motor ou gasolina: não tem como andar pra frente – disse o gaijin suspirando triste.
   - Ih, já vi que isso aí mexe com a sua cabeça, né? – disse o dono do ginásio.
   - Como eu disse: algumas lições aprendidas a duras penas, meu amigo – respondeu o outro novamente enigmático.
    “Nossa, que vida de merda deve ter sido a dele.”, pensou Toguro com espanto. Agradecia, porém, pela sua acima de tudo. Nunca reclamou por mais que alguns perrengues tivessem sido mais duros que outros. Especialmente os que envolveram sua irregular carreira de boxeador profissional.
...
    Minato-ku, Embaixada dos Estados Unidos...
    O Esquadrão Antibombas esperava a chegada do Esquadrão Ultra. Nenhum deles tinha ideia do que faria sobre os objetos cilíndricos encontrados no prédio. Temeram fazer qualquer coisa, pois não tinham ideia do que esperar. A leitura térmica indicou uma fiação totalmente desconhecida. Pelo menos comparado ao que eles estavam habituados.
    Um homem com um saco de estopa nas costas entrou sem ser visto. Pois o grupo confabulava e a polícia encarregava-se de perguntar às pessoas no prédio se não tinham visto nada estranho. Algumas pessoas disseram que a única coisa realmente estranha era o faxineiro que há menos de um dia tinha pedido demissão. Sempre estava ouvindo qualquer conversa e não raras vezes tinha tentado entrar na sala do embaixador. Recebeu várias advertências em razão de suas atitudes e finalmente acabou por se demitir. O que, porém, mais desagradava àquelas pessoas era o visual muito desgrenhado daquele homem: o cabelo comprido sempre solto e ensebado e a barba indicavam uma pessoa sem qualquer classe.
    O homem misterioso ouvia a conversa e se perguntava quem era tão maluco assim. Entretanto, resolveu tirar a mente disso. Tinha de concentrar-se em desarmar aquelas coisas antes que um grupo de monstros poderosos destruísse a cidade. Pela milionésima vez. Conhecia aqueles objetos muito bem obrigada. Era especializado nisso desde Deus sabia quando. Usou suas habilidades de rastreador para encontra-los quando a cabeça doeu de modo inesperado...
   - Outro ou outra? Como?
    Foi quando encontrou o primeiro dos objetos. E alguém familiar: - Ultra Jade?
   - Ah, é você. Tá meio atrasado, sabe? Não preciso da sua ajuda, seu cuzão babaca – respondeu ela para ele usar seu Ultra Eye dourado. Seu corpo converteu-se em uma forma igual ao UltraSeven original, só que com dourado no lugar de prateado...
   - Como sempre, você é um amor de pessoa. E dane-se o que você pensa, sozinha você não dá conta disso. Quanto tempo faz desde que você começou?
   - Você é um grande filho da puta – disse ela pausadamente e suspirando. E admitiu que não estava conseguindo lidar com aquilo.
   - Eu te ajudo e te ensino a fazer isso. Assim você não tem mais que me aturar quando essas coisas acontecem – respondeu ele triste enquanto desativava o artefato.
   - Qualquer coisa pra não ter que cruzar com você de novo – respondeu Jade de imediato.
   - Já pensaram em parar de brigar? – disse uma Ultra de partes roxas surgindo de surpresa com dois objetos pretos na mão e sorrindo: - Faltam dois.
   - Ultra Pixie, que surpresa te ver aqui. Concluiu seu treinamento, imagino – riu ele ao ver a cara de surpresa da outra.
   - Você me seguiu?! – exclamou Jade exasperada.
   - É óbvio. Esqueceu que você não consegue desarmar essas “bombas” em tempo útil? O UltraSix é o especialista nesse caso, mas você o odeia. Entendo que tudo o que ele fez antes não foi nada bom, mas, eu sei que ele se redimiu de verdade. Não tem porque você continuar odiando ele. Além disso, você deveria se lembrar de que ele não foi o único culpado nessa bagunça toda. A Lilith e o Iouda tiveram forte envolvimento nisso. E por diversão, o que é muito mais hediondo de imaginar – disse a outra com lágrimas brotando nos olhos.
   - Obrigado, Pixie, mas não precisa me defender. Não é como se eu merecesse realmente – disse ele desarmando a “bomba” em definitivo.
   - Ao menos você admite sua imbecilidade – replicou Jade para Pixie exclamar: - Para com isso, por favor!
   - Não paro porra nenhuma porque você sabe que é verdade! Esse tipo de coisa não tem como esquecer! E muito menos perdoar! – a ultra de cor verde e prata exclamou feroz.
   - Aquilo que você chama de “sororidade”? Engraçado você dizer isso porque não me lembro de vê-la mover uma palha quando ele começou a agir estranho aqui na Terra. Você se acha esperta, mas simplesmente não percebeu as merdas que ele estava fazendo antes que as coisas piorassem quase sem volta. Francamente, Jade, você não tem moral alguma pra falar dele porque... – dizia ela quando Six interrompeu aos prantos e socando com força a parede: - Calem a boca vocês duas! Por favor, isso ainda me dói!
   - Desculpa, Six, não queria te fazer chorar. Eu odeio quando as pessoas choram! – exclamou Pixie entristecida.
    Jade, no fundo, queria dar razão à Pixie, mas não conseguia. Duvidava que alguém capaz de fazer aquelas coisas pudesse realmente se redimir por completo. Aquele desgraçado infernal não fazia mais que a obrigação depois de toda a merda causada. Que quase resultou na destruição do planeta no começo do século vinte.
    Encontraram o penúltimo objeto preto próximo a uma caixa de luz elétrica. UltraSix desativou-a sem sequer dar tempo de Jade protestar. De repente, um estouro surdo ouviu-se na direção oposta. Os três correram. Uma gosma preta havia acabado de sair do cilindro e aumentava de tamanho em uma absurda velocidade.
   - Se isso continuar, o prédio vem abaixo! E um monstro vai destruir metade de Tóquio! – exclamou Six nervoso.
   - De novo! E tudo porque começam a brigar e não querem parar! – Pixie estava furiosa em especial com Jade.
    UltraSix nada respondeu, mas a outra não deixou por menos: - Bem, não é como se eu tivesse pedido que ele metesse o bedelho aonde não era chamado!
   - Ele queria ajudar apenas. Agora é uma hora muito adequada pra trabalharmos em equipe se não quisermos cair junto com o prédio! – gritou Pixie já ultrapassando o nível da fúria.
   - Pixie, mantenha a calma. Eu sei o que fazer. Senti a presença disso quando eu estava indo pra casa depois de treinar no ginásio. Me vi no dever de vir até aqui, mas, acabei encontrando a Jade e depois você – disse ele agora mais calmo e começando a concentrar o máximo de poder possível na gema verde do meio da testa.
   - Isso vai ser barulhento, mas, se não tem jeito, nada pode ser feito – disse Jade espantada com o que ele pretendia.
   - Essa parte do prédio vai precisar de uma reforma depois, mas no momento é o que dá pra fazer. Não podemos deixar isso se desenvolver por completo! O kaiju já está indo para o terceiro estágio, cobrindo quase toda essa parte! – exclamou Pixie aterrorizada. Culpava-se por ainda não estar no estágio adequado de poder para ajudá-lo. Pois seu treinamento ainda estava em andamento na segunda parte. A primeira tinha se completado há poucos dias.
    UltraSix concentrava poder e buscava encontrar o ponto fraco daquela coisa gosmenta que ia tomando forma com velocidade máxima. Quando finalmente conseguiu, disparou um forte raio dourado com tudo o que podia, fazendo inacreditável explosão, ainda que concentrada. A parte onde a gosma antes se acumulava agora tinha um grande buraco contornado de algo preto que fedia muito. Jade falou: - Nós vamos ter que correr. Parece que o Esquadrão Antibombas tá subindo e o Ultra vem no embalo!
    Os três, ainda nas formas de Ultra, atravessaram o buraco e correram o mais que puderam procurando uma janela aberta por onde pudessem sair voando na velocidade da luz. No momento em que encontraram, foram vistos por um oficial de pele escura e cabelo cortado rente: - Aqui!
   - Que merda! – exclamou Jade virando uma bola de luz ao que os outros dois a seguiram no ato.
    O Oficial Neville ainda estava estupefato de ver três Ultras de uma única vez quando Myra chegou com sua pistola:
   - Onde eles foram?! O que eles fizeram?!
   - Não sei, mas se não houve nada de realmente ruim, então eles ajudaram – disse ele tampando o nariz.
   - A Maricruz acabou de me dizer pelo comunicador que eles talvez tenham sido os responsáveis por evitar que o prédio viesse abaixo. Pelo menos segundo o que Dan analisou quando viu. Em compensação, que cheiro da porra esse! Parece até que cagaram com vontade um resíduo tóxico naquela parte. Duvido que vão usar esse prédio por no mínimo uma semana considerando o fedor empesteando tudo – replicou ela franzindo a cara de nojo.
   - Pelo menos o prédio está de pé e não apareceu nenhum monstro. Acho que devemos isso à verde, à pink e ao dourado – disse Neville de repente se lembrando do dia do laser: - Espera um momento...!
   - Eu sei. Imaginei quando você disse dourado. Parece que de novo temos a presença desse ultra dourado e vermelho. Seria bom se a gente perguntasse ao Dan. É possível que ele saiba algo dele e quem sabe das outras duas. Claramente pude ver que são mulheres. As curvas não mentem – riu Myra. A irlandesa gostava da ideia de ultras femininas. E possivelmente poderosas.
   - É. A verde... tem uns seios bem pronunciados – disse ele em seguida emendando: - Espero que não me interprete mal.
   - Acho difícil interpretar qualquer coisa boa quando pelo menos uns 70% dos homens tem o hábito olhar a bunda de todas que andam na rua. Isso é uma enorme falta de respeito – disse ela enfastiada.
   - Myra, esquece isso por agora. É melhor voltarmos e darmos o relatório antes que achem que viramos pó – respondeu o oficial saindo andando.
    Os dois chegaram ao local onde os grupos misturavam-se em cinza e preto tal qual uma estranha aquarela bicolor. Contaram sobre o que Neville tinha visto. Dan disse logo que o relato acabou: - Six, Jade e Pixie?!
   - Nomes interessantes – disse Maricruz tentando imaginar como elas eram e recordando quando tinha visto o outro.
   - Imaginávamos que você os conhecia, mas, de onde? – Kiriyama colocou a mão no queixo.
   - O UltraSix era o meu senpai. Conhecido assim porque, de certo modo, ele foi meu antecessor. Ele me treinou quando eu era bem moço ainda. Só que ele foi embora pouco antes de eu completar o meu treinamento. Até hoje eu nunca soube o real motivo, mas sei ter sido algo grave. A Pixie era um bebê quando eu treinava e a Jade é, como vocês dizem aqui, minha mãe adotiva. Porque meus pais morreram quando eu era pequeno demais para me lembrar de ambos – respondeu Moroboshi triste. Seus pais tinham morrido durante uma missão em outra galáxia. Ninguém soube explicar como uma simples inspeção de rotina tinha terminado tragicamente.
    Todos, mesmo os que não o conheciam, comoveram-se ouvindo aquilo. Horacio Parravacini, porém, perguntou:
   - Não quero parecer insensível à sua história, mas quantos anos você tem de fato?
   - Bem mais do que metade da população do planeta. Nós vivemos muito mais do que as pessoas da Terra, mas podemos viver o mesmo tempo de vocês se ficarmos sem usar nossos poderes por um longo tempo. Pelo menos em minha opinião, isso vai valer a pena – respondeu ele olhando para Anne.
    Algumas das mulheres sorriram com ternura e vários homens pareciam desejar-lhe felicidades. Alex, ali quietamente presente, apenas observava o quão ela era apaixonada por ele. Repentinamente lembrou-se da primeira namorada. Não pôde reprimir as lágrimas que vieram. Virou-se de costas para não ser visto parecendo uma criança ferida por um tombo. Anne correu ao encontro: - O que houve?!
   - Nada. Desculpe – ele respondeu muito desconfortável. Odiava abordar aquele assunto. A raiva pelo pai e irmã aumentava sempre que recordava. Dan aproximou-se e disse calidamente: - Se quiser conversar disso algum dia, não pense duas vezes em me procurar.
    Alexander Vidal quis dar uma resposta atravessada, mas a amizade na voz dele o comoveu. “Alienígenas às vezes são muito mais humanos que nós terráqueos. Como pode ele nos amar tanto quando nós nem isso merecemos ou sequer sabemos fazê-lo?”, pensou ele emocionado. Não era de se admirar que Anne Yuri o amasse tanto. Ele era um homem e tanto. Mais do que o pai dele, o americano suspirou ao lembrar-se do desfecho daquela história que ele recusava-se a relembrar. Recompôs-se: - Bem, agora nós temos de encontrá-los e agradecer pelos serviços prestados. E quem sabe... convidá-los a juntar-se ao Esquadrão Ultra.
    Moroboshi interveio: - Desculpe dizer isso, mas não acho uma boa ideia. O meu povo não costuma fazer as coisas desse modo, Alex. Até porque nenhum de nós sabe qual é a identidade deles aqui. E eu prefiro que nós os deixemos em paz. Até porque entre nós há uma regra: se revelarmos nossa identidade, temos de sair do planeta de imediato.
   - Uma coisa que possivelmente você não percebeu é a diferença entre eles se revelarem e nós descobrirmos isso por conta própria – disse Maricruz para a surpresa de todos.
   - De fato, nunca parei para pensar por esse lado, porém, como pretende fazer isso? – Dan riu divertido.
   - Não pretendo. É apenas uma suposição. Quem sabe eles apareçam de novo. Embora nós... Na verdade, acho que sempre precisamos de uma mão amiga mesmo tendo os recursos necessários e suficientes – disse a oficial mexicana cruzando os braços.
   - E se eles estão dispostos a oferecê-la, quem somos nós para recusar? – Myra olhou séria e logo disse: - No entanto, nós não podemos sempre depender deles. Nós temos de defender o planeta por nós mesmos. Ou seremos motivo de chacota no mundo todo.
   - Mesmo que continuemos fazendo bem nosso trabalho, sempre haverá alguém maldizendo. Infelizmente sei disso por experiência – Horacio fechou a cara tão violentamente que todos estranharam. Não era costumeiro ver o argentino enfezar-se tão facilmente.
    Dan, por sua vez, compreendeu-o sem delongas. Ele próprio havia sido crucificado e exposto ao ridículo por defender o planeta Terra de invasores mal intencionados. Com a alegação de que ele estava defendendo uma raça assassina. Os humanos não eram todos assassinos sem caráter embora o número deles fosse bem alto.
    O alien não pensava na raça humana como uma coisa unitária pura e simples. Pensava nas pessoas de bom coração que faziam o que podiam pelo seu próximo mesmo não tendo quase nada a oferecer. E até mesmo arriscavam suas vidas por isso sem pedir nada em troca. Nas crianças que nenhuma culpa tinham dos atos idiotas dos adultos. Seguidores de religiões que nada tinham a ver com os fundamentalistas que agiam como se não houvesse regras e leis. Em suma, o que de fato valia a pena. Embora ele acreditasse que as pessoas podiam mudar para melhor se conhecessem o verdadeiro amor. Quem, porém, estava disposto a ir tão longe quando a sociedade no geral não ligava nada para isso? Era preciso coragem para buscar o autoconhecimento. E mais dela ainda para não cair na tentação de usar o conhecimento para o mal. Pois ele era poder e nas mãos erradas, podia ser uma arma mortal.
    Moroboshi pensava nisso enquanto os todos continuavam trabalhando na cena. Não imaginava o que ocorria lá fora...
   - Finalmente! Achei que podiam nos descobrir! – exclamou Ultra Jade retomando sua forma humana.
   - Desconfio que aquele moço de pele escura pode acabar conseguindo isso. Você sabe... – Pixie riu nervosa e também voltando a ser uma alegre garota de cabelos curtinhos.
   - Eu não tenho culpa se já sou assim na minha forma de ultra – respondeu ela para depois dizer enfezada: - Tenho cérebro e isso deveria ser mais importante do que como me pareço externamente.
   - Infelizmente os terráqueos não são tão evoluídos assim, especialmente os homens – bufou a outra.
   - Nem me fale. Essa noite vai ser outra daquelas de me fazer querer arrancar os cabelos. Só que a boate é o único jeito que tenho de não ser encontrada por fãs “caçadores de ultras”. Tinha mesmo que ser o Dan pra causar essa onda! Que garoto irresponsável! – exclamou Jade enfastiada.
   - Se revelar à senhorita Yuri não foi o melhor dos planos, mas ele achou que devia isso a ela. Ele a ama de verdade – disse Pixie tristemente.
   - É, ele cresceu, virou homem. E pensar que não faz muito tempo que ele era só um menino órfão nos meus braços sentindo a falta dos pais – a ultra de cor verde e prata suspirou. Aquele menino era o bebê que nunca tivera. Com ele. Não era capaz de perdoá-lo por muitas coisas. Especialmente por aquilo. Quis chorar, mas não se permitiu. Inexistiam motivos para chorar por quem não merecia.
    Existiam, porém, outros motivos para se chorar. E muito em breve, não apenas ela, mas todos os protagonistas da situação que começava a se formar, teriam motivos para prantear. E as lágrimas não seriam poucas.



UltraJade:

UltraPixie:

UltraSix e e seu instrumento de transformação:




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